A Norma Regulamentadora Nº 1 (NR-1), exige que as empresas elaborem e mantenham documentos de identificação e gestão de riscos à disposição para fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

A partir de 26 de maio de 2025, o texto passa a incluir a obrigatoriedade de reconhecimento e gerenciamento de riscos psicossociais no ambiente de trabalho. Esses, segundo a World Health Organization , são os fatores do emprego que podem afetar a saúde mental dos trabalhadores.

— As empresas já tinham sistemas de gestão de riscos orientados para riscos comuns, como riscos físicos, químicos e biológicos, mas não psicológicos. E agora vem essa grande mudança, bem importante para gestão de saúde e segurança. Não são só a cadeira e a mesa que podem adoecer o trabalhador — argumenta Ana Carolina Peuker, CEO da beetouch.ai, empresa que realiza a predição e classificação de riscos psicossociais.

O MTE ressalta que esses documentos devem ser elaborados e estar disponíveis para a consulta quando solicitados por agentes da fiscalização de segurança do trabalho.

Tecnologia

A beetouch.ai faz o rastreio desses e outros riscos psicossociais por meio de um software. Com protocolos digitais de avaliação psicológica, que tem uma base científica, a startup usa algoritmos para mensurar os indicadores de risco psicológico das empresas.

Ana Carolina Peuker defende que, a partir dessa antecipação de fatores, as organizações podem trabalhar em medidas para promover um ambiente seguro.

Como evitar problemas

A norma exige que, além de identificar os riscos psicossociais, as empresas façam a gestão desses fatores. Isso significa criar iniciativas que sejam efetivas para prevenir ou mitigar os riscos para a saúde mental identificados no relatório. A especialista explica que as empresas podem tomar medidas preventivas, para evitar o adoecimento, ou reativas, para tratar.

— Nos posicionamos em um polo preventivo, tentando antecipar tendências e padrões que possam indicar risco de adoecimento no contexto de trabalho. Então, identificamos a potencial que é a causa-raiz do adoecimento. Por exemplo: para uma carga horária em excesso, não adianta distribuir vale-terapia para os trabalhadores. É preciso fazer um redesign do trabalho para que essa carga não seja exagerada — explica Ana Carolina.

Entre as opções de medidas para prevenir e mitigar esses riscos, a CEO da Bee Touch cita a reorganização do trabalho, a revisão da cultura da empresa, treinamentos para lideranças e criação de políticas organizacionais focadas na saúde mental dos trabalhadores.

Fonte: Yasmim Girardi, Zero Hora, 11/12/24
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2024/12/empresas-terao-de-ter-mais-atencao-a-saude-mental-dos-trabalhadores-em-2025-entenda-o-que-muda-cm4iqv3qb00ep013nbshr435j.html

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